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Foto do escritorHumberto Montoro

Fimose: tudo que você precisa saber!



Fimose é um problema muito comum que acomete homens de todas as idades. Apesar de ser mais referida como um problema da infância (congênita), essa doença pode aparecer já na idade adulta, sendo conhecida como fimose do adulto ou adquirida.

Nesse post explico detalhes sobre a fimose, desde o conceito até seu tratamento. Confira!

O que é fimose?

O conceito de fimose vem do grego phimos, que significa “mordaça”, “acaimo” ou “bocal”, o que representa um estreitamento ou anel fibrótico da pele que recobre o pênis, o prepúcio, impedindo a exposição da cabeça do pênis, a glande.

Uma grande confusão se faz quando compara-se a fimose com o “excesso de pele” do prepúcio. A fimose é uma condição clínica com diagnóstico exato, anatômico. Ao contrário, o prepúcio redundante apresenta-se de variadas formas e não representa um problema clínico, na maioria dos pacientes.

A forma mais comum e conhecida de fimose se dá ainda na infância, quando não é possível retrair o prepúcio no bebê. Nessa idade, é muito comum apenas a aderência prepucial, que é tratada através de medidas simples, associando limpeza e tratamentos tópicos, incluindo pomadas de corticóides.

A fimose verdadeira ou fisiológica vai ser diagnosticada a partir dos 3 a 5 anos, em em mais de 70% das crianças se resolverá após os 5 anos de idade.

Quando o anel de fimose permanece, dificultando a exposição da cabeça do pênis, as chances de resolução espontânea diminuem e as medidas clínicas não serão mais efetivas. Nesse momento, uma abordagem mais invasiva deve ser considerada.

Existem algumas maneiras de graduar a fimose, dentre elas a mais comum classifica em 4 graus:

  • 1: exposição completa da glande e retração do prepúcio sem dificuldade. Apenas apresenta anel na base.

  • 2: exposição parcial da glande.

  • 3: exposição apenas do meato da uretra.

  • 4: não é possível expor a glande nem o meato.


A fimose fisiológica exige tratamento?

A conhecida fimose fisiológica não leva a maiores problemas à criança. Não há dificuldade para urinar, não predispõe infecções urinárias.

A retração do prepúcio é completa com um discreto anel fibrótico. Pelo fato de não gerar complicações, esse tipo de fimose não costuma precisar tratamento.

Já a fimose patológica, a correção se faz necessária na maioria dos casos.

Quando um paciente pergunta “porque fazer a cirurgia de fimose”, os principais argumentos apontam para as possíveis implicações desta condição: infecção de urina, balanopostites de repetição, jato espalhado e dor na hora de urinar e dor na hora da relação sexual.

Além disso, alguns fatores induzem o aparecimento da fimose adquirida, especialmente as inflamações penianas crônicas (com evolução na sua forma mais grave – a balanite xerótica obliterante).

Essas condições são predispostas em pacientes imunossuprimidos descompensados, como é o caso do paciente diabético mal controlado.

As principais formas de tratamento, são:

  • Anel alargador

  • Cirurgia (postectomia)

O anel alargador é ainda bastante utilizado em crianças, especialmente em casos mais leves e que não desejam tratamento cirúrgico. O resultado é levemente inferior e seu uso tem sido desaconselhado.

A postectomia consiste em um pequeno procedimento cirúrgico para a retirada do prepúcio. Largamente utilizada, uma das principais cirurgias realizadas em urologia. Os resultados são excelentes, tanto na questão funcional quanto na estética. Muitos pacientes que operam se perguntam “porque não fiz a cirurgia de fimose antes?”

Como é feita a postectomia?

A cirurgia é feita de maneira simples, em ambiente hospitalar. Tornou-se popular devido à cultura de alguns povos que realizam a circuncisão, que é nada mais do que a mesma cirurgia realizada em recém-nascidos e crianças.

A cirurgia é feita com anestesia local e sedativos, o que permite alta hospitalar precoce. O período de internação varia de 4 a 6h.

A respeito dos cuidados pós operatórios, o curativo deve ser retirado 24 horas após o procedimento. Deve-se limpar a ferida cirúrgica diariamente e utilizar medicações conforme receita médica. Não há restrição quanto à alimentação.

Deve-se evitar maiores esforços nos primeiros dias, permitindo retorno às atividades físicas numa média de 20 dias ou até cicatrizar completamente. É importante manter repouso sexual de 40 a 60 dias.

Além da fimose, as indicações da postectomia incluem:

– Balanopostites (infecções)

– Potencial de Prevenção das doenças sexuais (DST) e HIV**

– Estética

Dúvidas frequentes de pacientes submetidos a cirurgia de fimose

​A postectomia é um dos procedimentos urológicos mais realizados no mundo. Ela é feita principalmente devido a fimose, porém as outras indicações também são comuns.

Por isso, existe um grande número de dúvidas que notamos quando o paciente vai no consultório do urologista (que muitos conhecem como médico de próstata) e na internet, sendo a fimose o principal termo procurado pelos pacientes.

Confira a seguir, as principais dúvidas dos pacientes sobre a fimose:

– A cirurgia de fimose reduz o tamanho do pênis?

  • Não, a postectomia não é uma cirurgia de aumento peniano e nem de redução. Ela mexe apenas no tecido de pele. Os corpos cavernosos são os verdadeiros responsáveis pelo tamanho do pênis, e na cirurgia de fimose não mexemos neles.

– A cirurgia para correção da fimose faz perder a sensibilidade do pênis?

  • Não, a postectomia é incapaz de mexer na sensibilidade do órgão. A cirurgia é feita nos tecidos cutâneos (pele do pênis). Os nervos responsáveis pela sensação de prazer ficam em uma região mais profunda, não acessada nessa cirurgia.

– A fimose prejudica o crescimento do pênis?

  • Não. Apesar de haver a sensação de prejuízo no potencial de rigidez, a ereção peniana é satisfatória e depende do estímulo sensorial e capacidade contrátil dos corpos cavernosos.

– Quanto tempo preciso ficar sem relação sexual após a cirurgia de fimose?

  • Idealmente, não se deve realizar nenhum estímulo sexual, nem masturbação, durante a recuperação cirúrgica. No mínimo 40 dias faz-se necessário para o retorno às atividades sexuais.

– O que fazer pra evitar ereções no pós operatório?

  • As ereções penianas noturnas e matinais são involuntárias e não há como evitá-las. Os pontos realizados na postectomia são suficientemente resistentes para segurar a grande maioria das ereções sem danificar a sutura.

  • Deve-se evitar qualquer estímulo sexual voluntário. Em alguns casos, um ou outro ponto solta mas não deve ser motivo de preocupação. Procure seu médico e ele irá esclarecer.

– A pele volta a crescer depois de ter feita a cirurgia da fimose?

  • Não. Uma vez corrigida a fimose, a pele não mais existirá. Em alguns casos a fimose pode voltar, especialmente se houver episódios de inflamação por qualquer motivo ou em casos de diabéticos com controle inadequado da doença.

Agora que você já entende um pouco mais sobre a fimose, seu diagnóstico, classificação e formas de tratamento, não tenha receio de ir adiante e resolver seu problema de uma vez por todas. Se ainda assim tiver dúvidas, nos envie por nossos canais que teremos prazer de responder. Nosso objetivo é fazer um “mundo sem fimose!”.

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