Quando um paciente recebe o diagnóstico de câncer de próstata, uma das formas de tratamento é a cirurgia de remoção da glândula. Por sinal, a próstata faz parte do sistema reprodutor masculino e sua retirada pode implicar numa série de alterações.
Vamos saber o que ocorre depois que o homem retira a próstata?
Cirurgia de retirada da próstata: o que é e como acontece?
A cirurgia da próstata – a prostatectomia radical – é indicada quando o paciente é diagnosticado com um câncer nessa glândula. Segundo dados do Ministério da Saúde, sabe-se que o câncer de próstata é a segunda causa de mortalidade masculina, perdendo apenas para o câncer de pele.
De modo geral, a presença de um tumor de próstata não apresenta sintomas. Por isso, é importante realizar o acompanhamento periódico com um urologista, especialmente após os 40 anos. A partir desta idade, os homens podem experimentar alterações do crescimento da glândula, que muitas vezes são confundidos como sintomas do câncer de próstata, a saber:
Dificuldades para iniciar o jato de urina;
Micção prolongada;
Frequência maior da micção noturna;
Sensação de não ter esvaziado a bexiga totalmente;
Incapacidade de urinar;
Infecções urinárias.
A suspeita de um câncer é levantada no acompanhamento urológico quando o paciente apresenta alterações nos níveis do exame de PSA ou toque retal. O diagnóstico é então confirmado com a biópsia da próstata. A partir daí, a cirurgia é uma excelente opção terapêutica para a maioria dos pacientes com diagnóstico inicial da doença.
Prostatectomia
A retirada da próstata é feita por meio de uma cirurgia denominada prostatectomia radical. São 2 as principais vias de acesso cirúrgico: a forma aberta (convencional) ou através de pequenas incisões e minimamente invasivas – prostatectomia laparoscópica ou a cirurgia robótica de próstata.
Na cirurgia, o médico vai retirar a glândula, os tecidos que a circundam e também as vesículas seminais, que são bolsas reservatórios do sêmen.
Após retirada da próstata, o primeiro resultado que o urologista espera é a eliminação do câncer e consequentemente as chances de propagação do tumor para outras partes do organismo.
O antígeno prostático específico (PSA) é a principal forma de monitoramento pós- operatório. Como o PSA é produzido exclusivamente pela próstata, o resultado esperado é um valor muito baixo, próximo de zero. Mas, quando durante o acompanhamento, um exame mostra um PSA alto após retirada da próstata, a principal suspeita é a recidiva ou recorrência da doença.
Como fica a vida sexual após a retirada da próstata?
Uma dúvida comum aos homens que recebem a indicação da cirurgia é se a retirada da próstata deixa o homem impotente.
No que diz respeito ao procedimento cirúrgico, é importante saber que a região onde fica a próstata é rodeada por nervos e vasos sanguíneos, estruturas cruciais para o funcionamento normal da região pélvica, que inclui as funções sexuais e do aparelho urinário. Portanto, nos efeitos da retirada da próstata podem estar a possibilidade de disfunção erétil (DSE) e incontinência urinária.
Os principais fatores determinantes para o desenvolvimento da impotência estão ligados a características pré-operatórias inerentes ao próprio paciente, à doença em si e ao procedimento cirúrgico.
Quanto maior a idade do paciente operado maior a chance de DSE, assim como quanto mais agressiva a doença menor será a probabilidade de preservação das estruturas diretamente relacionadas a ereção. Quando não é possível manter os principais nervos da região, a retirada da próstata causa impotência pelo próprio ato cirúrgico.
Alta complexidade
A prostatectomia radical é sempre de alta complexidade, pois, de acordo com o volume de doença, muitos feixes nervosos e importantes estruturas musculares que envolvem a glândula serão extraídos, o que vai afetar funções do aparelho sexual e do sistema urinário.
Após a cirurgia, o paciente necessitará usar sonda no canal urinário por um pequeno período de 5 a 10 dias.
Tão logo seja retirada, escapes urinários em quantidades variáveis poderão existir. É preciso adotar medidas para minimizar a incontinência urinária, que pode ser mínima ou de grande volume, de resolução rápida ou prolongada. Exercícios do assoalho pélvico ajudam na retomada do controle miccional. É importante lembrar que o uso de fraldas ou absorventes serão necessários temporariamente.
Boa parte dos homens voltam às atividades normais em um curto período de tempo. É possível retornar ao trabalho com 2 a 3 semanas de pós-operatório, a depender do tipo de procedimento realizado. Nas cirurgias minimamente invasivas (laparoscopia e robótica) a recuperação é mais rápida, enquanto que em casos de prostatectomias abertas, esse período de convalescença pode durar até 12 semanas.
A retirada da próstata deixa o homem impotente?
Em muitos casos, a disfunção erétil após cirurgia é temporária, podendo levar até 2 anos para a recuperação completa.
Importante é ter paciência e adotar medidas necessárias para a volta da sua potência sexual. O uso de medicações vasodilatadoras contribui para um retorno mais precoce da função sexual, bem como injeções próprias para este fim. Outros mecanismos, como dispositivos de vácuo ou implantes de próteses penianas, apresentam elevada satisfação em casos mais graves e irrecuperáveis de disfunção erétil.
Além disso, na retirada da próstata, o câncer é extirpado e com ele boa parte da estrutura necessária para a emissão do sêmen. Por isso, que a ausência de ejaculação e infertilidade são comuns nos homens operados.
Quando os homens são mais jovens, as estruturas vitais para o funcionamento normal do assoalho pélvico são mais resistentes, portanto, a possibilidade do retorno natural da ereção é mais efetiva.
Lembre-se que a consulta médica não deve ser substituída por nenhuma informação escrita.
Para agendamento, entre em contato:
Dr. Humberto Montoro
Instituto de Urologia de Maceió
(82) 3241 - 3000
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